
Há quem pense ainda, que o amor é de certa forma, o número de mensagens enviadas na ausência, ou as rápidas chamadas ao telemóvel durante o período do trabalho, para sinalizar de certa forma que lá estamos.
Ou até pensam que as fotos publicadas no Facebook ou Instagram podem transmitir visualmente a quantidade de amor que um casal pode transmitir. Como se o amor e a paixão vivessem numa redoma preenchida de um turbilhão de sentimentos positivos de sorrisos intermináveis. O amor não é somente essa faceta de mostrar a terceiros que estamos bem, mesmo quando isso não acontece. O amor não tem pausas, não tem paragens, existe sempre numa espécie de luta e conquista quase diária.
A vida é quem testa o amor. Com as suas complexidades e obstáculos. O amor arranja sempre maneira de te dar ou retirar a razão, de te fazer relembrar as vezes o que já tinhas aprendido e que por um motivo esqueceste com o tempo, mas sem teres apagado do coração. E nesse momento, mesmo sem querer, magoas com uma palavra mal calculada. Não é a palavra que te qualifica, mas sim a intenção. Não somos perfeitos nesses instantes, mas podemos ser quase perfeitos a definir a reacção.
Porque quem ama reconhece. Quem ama perdoa. E quem ama tudo faz. O amor
tem de saber de certa forma perdoar, ao invés de julgar indiscriminadamente. O amor é um sentimento que é impermanente, porque ele evolui das mais variadas formas com a passagem do círculo do tempo. É um acto de estrondosa coragem dizer a alguém, neste mundo de espelhos e ilusões, de uma forma sincera, que se ama outra pessoa.
Mas o amor, nunca será uma prisão. O que mantém o amor é a ligação que une. E nunca poderemos ter essa ligação por garantida. É algo que se cultiva. Mesmo sabendo que pode ficar ou partir. Com o amor, nos despimos de tudo. De preconceitos, de orgulho, da uma qualquer parva arrogância, e de uma vã tentativa de vaidade pessoal, que não pode coexistir na mesma atmosfera. O mais complicado será provavelmente as amarras, mas até essas, com a profundidade de um amor que vai para além das barreiras do que é visível, ultrapassam-se com maior ou menor dificuldade, porque quando é para ser, sentir e existir, não há nada que um amor verdadeiro não cure.
Quando tens liberdade de ser, sem deixar que as penumbras da mente te perturbem, sabes que essa doce e encantada liberdade é sem dúvida, uma das maiores conquistas que o ser humano poderá ter. E em todas estas linhas que escrevi, senti na minha mente, uma música de harmonia, um coração cheio de palavras sentidas e a visão de que escrever é também querer passar para outros, tudo aquilo que se sente.